quarta-feira, 28 de junho de 2006

Vi, na semana passada, "O homem urso", documentário do Herzog. Me lembrei deste poema. As mágicas luzes da ribalta Um urso de vestido branco e véu rendado corre pela beirada do picadeiro com uma das patas dada a um urso que veste fraque e gravata não é um casamento os dois se mantêm cambaleantes sobre as patas traseiras e usam cada um uma focinheira que não os deixa abrir a boca talvez alguém na platéia solte uma gargalhada sem que eles saibam por quê enquanto seguem correndo ao som da fanfarra os olhos de um e do outro perdidos Quem preparou este número teve sucesso, sem dúvida: são agora figuras humanas não por causa da gravata tampouco pelo vestido
Eu não sei quem são Melkor e anônimo que deixaram comentários aí para baixo. Fico curioso.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Trecho de "Uma faca só lâmina", de João Cabral de Melo Neto: assim como uma faca que sem bolso ou bainha se transformasse em parte de vossa anatomia; qual uma faca íntima ou faca de uso interno, habitando num corpo como o próprio esqueleto de um homem que o tivesse, e sempre, doloroso, de homem que se ferisse contra seus próprios ossos. Seja bala, relógio, ou a lâmina colérica, é contudo uma ausência o que esse homem leva.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

a onda (Camille Claudel)