quinta-feira, 31 de março de 2011

Vi há pouco o filme sul-coreano "Poesia", de Lee Chang-Dong. Gostei muito. As coisas são palpáveis. Uma maçã é uma maçã. A alma é o corpo.



Maçã
(Manuel Bandeira)

Por um lado te vejo como um seio murcho
Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão placentário
És vermelha como o amor divino

Dentro de ti em pequenas pevides
Palpita a vida prodigiosa
Infinitamente

E quedas tão simples
Ao lado de um talher
Num quarto pobre de hotel