terça-feira, 28 de julho de 2009

Angélica me deu este caderno no dia 27 de junho de 2009. Estávamos sentados à mesa de uma padaria em São Paulo, bebíamos, comíamos e conversávamos depois de mais de um ano (mais de dois?) sem nos vermos. Nós dois comemos quindins ao final.
Ela me disse que gosta dos cadernos de 24 folhas, porque consegue começá-los e terminá-los. Eles são bons para o trabalho em um projeto só. Ou para fragmentos. E não intimidam. Ela me disse que escolheu um caderno sem pauta para que eu pudesse desenhar.
Estou muito surpreso agora. Parei para pensar na data de hoje para escrever aqui e só então me dei conta de que é 27 de julho. Como com a caderneta que Aline me deu, escrevo neste caderno pela primeira vez exatamente um mês depois de o ter recebido de presente.
Estou num estúdio de edição de som, no primeiro dia de pré-mixagem do som de "O menino japonês". Seguem-se os procedimentos técnicos iniciais, eu apenas observo e ouço. As frases dos diálogos se repetem muitas vezes, muitas vezes. Ou - Rômulo e eu, na tela e nas caixas de som, repetimos muitas vezes as mesmas palavras.