quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Seis da tarde À beira da cama, sentada O quarto azul como nada A tarde é que morre por trás da cortina nos móveis na mão na retina Sentada, os pés na madeira O instante é a história inteira O chão deste quarto é o espaço do mundo o tempo é pra sempre um segundo Que surja lá fora um qualquer ruído Que venha dos outros um qualquer indício Sentada pra sempre agora À espera do que a leve embora Uns passos na rua Um brilho no vidro Um cheiro há muito esquecido À beira da cama, silente Atenta ao rumor do presente Não há outro tempo Não há outra esfera Presente é memória e espera Não há outro tempo Não há outra margem Presente é demora e passagem (letra de canção feita para Marina Corazza em dezembro de 2004)