Farpa
Esta porta não abre mais
emperrou muito tempo atrás
quando você se foi pra nunca
Da varanda ao corredor
pespegada essa dor
já respirado, o ar parou
Do porão até o portão
desde o chão até minha mão
tudo guarda camadas de pó
Mas se range a madeira do piso
sob qualquer pé
tudo se mostra tal qual não é
Esta porta se faz abrir
o telhado não vai cair
móveis limpos, passado algum
Eu respiro, eu espero
converso, tento esquecer
me torço, tento esquecer
esqueço, tento esquecer
Pelo avesso é que eu sigo bem
sua falta não vai além
dessa frincha que o teto abriu
Mas mesmo se ninguém vê
a farpa que sobrou de nós
debaixo da unha ainda dói
(letra para o samba composto pelo Heron Coelho)
1 Comments:
será amanhã?
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