segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

e um século Recortado pela janela do apartamento que bóia iluminado no centro do quadro da cidade vista daqui deste quarto no início da noite de domingo aquele homem passa roupa com empenho Roupa para toda a semana penso e observo os movimentos dele rápidos repetidos enquanto escuto você falar enquanto falo enquanto este quarto escurece e me espalho devagar por esta facilidade nova: uma conversa que corre como o ferro sobre a roupa como os carros na rua como a corrente elétrica pelos fios das lâmpadas pequenas que piscam penduradas na árvore de natal da sala daquele outro apartamento vizinho ao do homem que sem camisa nesta noite quente 17 de dezembro de 2006 em São Paulo passa roupa e habita o presente

4 Comments:

Blogger mayná quintana said...

então, não sou de são paulo. tampouco estive aí nesses dias. (vou algumas vezes por ano, especialmente por outubro quando da mostra) na internet em nenhum lugar existem teus filmes? portacurtas, youtube, etc..
e temos conhecidos em comum, como a vanessa e o giovani, quem sabe eles possam me passar. se for trabalho demais, não se preocupe.


e quanto à poesia.. eu realmente me impressiono com a maneira que escreves, releio, não posso acreditar. as pausas, os finais rascantes, a falsa simplicidade do mundo, e como são tão soltos e tão precisos..

parece que descreves às vezes cenas de filme, mas ao mesmo tempo não remetem a sensação de ler um filme.. elas têm uma independência poética, são impressionantes pela escolha das palavras e como estão dispostas e as pausas, não sei como explicar bem. trazem sensações visuais mas são muito mais. talvez seja o que mais gosto.

fico pensando como serão os filmes, que escolhas fazes, etc. muito curiosa, fico.

20/12/06 00:43  
Anonymous Anônimo said...

E eu ia justamente perguntar, hoje mesmo, ou ontem, onde você escondia um poema novo.

21/12/06 17:53  
Anonymous Anônimo said...

gosto das pontuações .

22/12/06 20:12  
Anonymous Anônimo said...

Caetano,percebo mais uma vez, tem o dom de pegar a palavra nua, crua,pura -sem vestí-la, sem ornamentá-la, sem fantasiá-la com os artifícios, miçangas, recursos que se costuma usar na alfaiataria poética- e fazer, mesmo assim, com ela, palavra nua, uma poesia pronta para, se for convidada, se apresentar em qualquer ambiente literário. Bela e sóbria, como convém, a sua poesia.

4/1/07 14:03  

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